Nesta manhã, ocorreu a cerimônia de lançamento da 1ª edição do Prêmio AMATRA 8 de Direitos Humanos – Padre Bruno Sechi, no auditório do Movimento República de Emaús, em Belém.
O prêmio tem a função de incentivar e estimular os protagonistas de ações de promoção e proteção aos Direitos Humanos nas relações de trabalho. Ele carrega consigo o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a promoção da diversidade, do combate ao trabalho escravo e para a erradicação do trabalho infantil no Brasil.
A presidente da AMATRA 8, juíza do trabalho Roberta Santos, abriu as falas da solenidade agradecendo aos parceiros que possibilitaram a execução de todo o projeto e a realização do evento. “Estou muito emocionada porque, em determinado momento, tivemos dúvidas se esse dia aconteceria. Portanto, agradeço ao Governo do Estado e aos deputados que nos estenderam as mãos e se sensibilizaram com a nossa causa e peço aqui aos presentes que nos ajudem na divulgação dessa iniciativa com todos os movimentos sociais, pois queremos dar visibilidade ao que vem sendo feito em todo o estado do Pará em relação à defesa dos direitos humanos”.
Em sua fala, a coordenadora do Movimento República de Emaús, Georgina Cordeiro, grande parceira do projeto, agradece a iniciativa da AMATRA 8 pelo reconhecimento da figura do Padre Bruno. “É uma necessidade que possamos estar abrindo frentes de trabalho para que crianças, adolescentes e jovens possam sair da situação de trabalho infantil, de exploração sexual, de todas as violências que são vítimas. Trazer o Padre Bruno como figura central dessa premiação é muito gratificante e importante para que as pessoas possam visualizar o seu exemplo e assim assumir também a tarefa de luta em defesa dos direitos humanos”.
Após a mesa de abertura, o diretor de direitos humanos da AMATRA 8, juiz do trabalho Otávio Ferreira, fez uma explanação minuciosa sobre as categorias e quem pode se inscrever para concorrer à premiação de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por categoria.
“O prêmio foi pensado para reconhecer as ações e programas voltados à efetivação dos Direitos Humanos, em especial pela sociedade civil, que, não raro, realiza ações que não são conhecidas por nós. Quando as políticas públicas estatais não alcançam as populações vulneráveis, é a própria sociedade civil que se organiza em prol dessa defesa. Conhecer e premiar essas ações é uma forma de dizer: continuem! Esse é o caminho. Também é uma forma de apontar a existência de problemas estruturais que necessitam de intervenção e apoio estatal, de estimular novas ações e de encorajar as pessoas que se dedicam à defesa do ser humano. Lutar pela efetivação dos Direitos Humanos é uma ação constante, pois eles estão diretamente vinculados ao pleno exercício da democracia e dos direitos de cidadania, que devem ser assegurados a todas as pessoas”, esclareceu o magistrado.
O prêmio Amatra 8 de Direitos Humanos - Padre Bruno Sechi possui relevância e função social na atualidade em face das flagrantes violações de direitos e da negação da dignidade humana a diversos grupos de pessoas, que estão excluídas do acesso à direitos básicos, da construção de políticas públicas e tratadas como coisas. A premiação surge para divulgar e coroar ações de pessoas e grupos que fazem do mundo do trabalho um lugar digno e decente.
Na mesa de abertura estiveram, além da presidente Roberta Santos, o juiz do trabalho Diretor de Direitos Humanos e Cidadania da Amatra8, Otávio Ferreira, Georgina Cordeiro, Coordenadora Geral do Movimento República de Emaús, a Desembargadora Nazaré Rocha, representando o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e o Procurador do Estado Ibraim Rocha, representando a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos e o Governo do Estado do Pará.
Inscrições
Podem concorrer ao Prêmio AMATRA 8 de Direitos Humanos – Padre Bruno Sechi, pessoas (naturais e jurídicas), coletivos e iniciativas cujas ações se destaquem em razão da promoção e defesa dos direitos humanos nas relações de trabalho, o combate ao trabalho infantil, escravo e degradante, que contribuam para a defesa do meio ambiente do trabalho hígido e à defesa e promoção do trabalho decente e da diversidade nos ambientes laborais.
As ações e os projetos inscritos deverão ter sido implementados ou executados no período de 1º de janeiro de 2022 a 30 de abril de 2023.
A premiação será distribuída em três categorias:
1) Promoção da diversidade no mercado de trabalho;
2) Combate ao trabalho análogo à escravidão e,
3) Erradicação do trabalho infantil.
As inscrições ao Prêmio serão feitas através do site www.amatra8.org.br no período de 7 de outubro a 22 de setembro de 2023, conforme regras estabelecidas no regulamento e mediante preenchimento de formulário anexo ao regulamento e enviado ao e-mail
Homenageado
Italiano, Padre Bruno Sechi atuou em diversas paróquias da arquidiocese de Belém, ganhando destaque por seus programas sociais. Idealizador e fundador do Movimento República de Emaús, na década de 70, com o intuito de retirar e transformar com oficinas educacionais a realidade de meninos e meninas que trabalhavam nas ruas e feiras de Belém.
O sacerdote se dedicou durante décadas aos combates à desigualdade e era um defensor dos diretos humanos e da justiça social. Na década de 80, padre Bruno ganhou destaque mundial participando de ações políticas no Brasil, que culminaram na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Padre Bruno Sechi faleceu no dia 29 de maio de 2020, aos 80 anos, em Belém.